Os riscos na regra da maioria como mecanismo decisório

da tirania dos números

Autores

DOI:

https://doi.org/10.30800/mises.2022.v10.1412

Palavras-chave:

Democracia representativa, Esfera do indecidível, Sufrágio restrito, Sufrágio universal, Tirania da maioria

Resumo

Investiga-se o mecanismo decisório das maiorias políticas na democracia indireta e os seus excessos. O principal objetivo é inquirir sobre a legitimidade intrínseca do povo como consequência de seu caráter amplamente quantitativo. É suficiente haver um número majoritário do povo para garantir-se a ele legitimidade decisória? Quais os riscos da maioria como mecanismo decisório? A pesquisa tem como método o hipotético-dedutivo por análise bibliográfica e coleta de dados. A hipótese inicial a ser confirmada aponta que o povo não recebe legitimidade de seus números, mas da qualidade de suas iniciativas, e que não é um organismo naturalmente justo, mas propenso de tiranizar minorias, devendo ser limitado por norma fixa. Conclui-se a sugerir a delimitação das esferas de como governar e de quem governa através de norma fixa, sob a pena de ocorrerem decisões insuficientes, incompetentes e negligentes.

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Biografia do Autor

Mauricio Fontana Filho, Universidade Passo Fundo – Passo Fundo - Rio Grande do Sul - Brasil

Pós-graduando em Ciências Sociais pela Universidade Passo Fundo, UPF. Graduado em Direito pela Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul, UNIJUÍ.

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Publicado

2022-10-17

Como Citar

1.
Fontana Filho M. Os riscos na regra da maioria como mecanismo decisório: da tirania dos números. MisesJournal [Internet]. 17º de outubro de 2022 [citado 23º de novembro de 2024];10. Disponível em: https://revistamises.org.br/misesjournal/article/view/1412

Edição

Seção

Artigos de Pesquisa